sexta-feira, 16 de abril de 2010

Bric´s mais divergencias que semelhança, nao dará em nada !

Compartilhar ImprimirOs BRICs, acrônimo criado pelo economista do Goldman Sachs, Jim O´Neill, para designar o grupo de países composto por Brasil, Rússia, Índia e China, são considerados como os expoentes dos países em desenvolvimento. A razão disso está no porte dessas quatro nações.

Com população em torno de 2,8 bilhões de habitantes (45% da população mundial), PIB por volta de 8 trilhões de dólares (13% do PIB mundial) e uma área de 38 milhões de Km² (25% da área do planeta), os BRICs já possuem um peso significativo no quadro econômico mundial. No entanto, conforme projeção de O’Neill, é o ritmo de crescimento econômico desses países que deve ser levado em conta. Tal projeção indica que, em 2050, eles, em bloco, terão PIB superior ao dos Estados Unidos, da União Européia e, inclusive, do G6 (Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, França e Itália).

Muitos, porém, não acreditam que estes países venham a formar um bloco econômico coeso. As diferenças entre eles são imensas. A China ainda vive sob um sistema político ditatorial e a Rússia, embora permita a disputa eleitoral, está muito longe de ser considerada uma democracia. A Índia, embora democrática, tem grandes problemas de disputa territorial com vizinhos e contínua tensão entre os grupos étnicos que formam sua população. Dos quatro países, podemos dizer que o Brasil é o mais avançado institucionalmente.
Temos um sistema democrático moderno e consolidado, que passou pelo período de transição demográfica, com migração do campo para a zona urbana e estabilização do crescimento demográfico. Além do mais, o Brasil não enfrenta problemas políticos com vizinhos e conta com grande harmonia lingüística, cultural, étnica e religiosa.

No entanto, os quatro países não conseguiram firmar nenhum documento importante, a não ser a própria vontade de realizar reuniões periódicas. A disposição do governo brasileiro de substituir o dólar, moeda utilizada nas transações comerciais entre os membros do BRIC, pelas moedas locais, ainda não encontrou ressonância. Os altos valores das reservas em dólares dos países (cerca de US$ 2,8 trilhões) e a forte dependência das exportações para o mercado americano tornam difícil utilizar outra moeda como referência no sistema de trocas e de reserva de valor.

Embora haja poucas chances de viabilizar o BRIC como bloco econômico no jogo dos interesses mundiais, a simples existência desta possibilidade coloca os quatro países membros como importantes atores no cenário internacional. Isto ficou claro na última reunião do G8, realizada em L’Áquila, na Itália. O encontro, na prática, firmou o fim do G8 e sua possível substituição pelo G14, que reúne, além dos oito países citados, Brasil, China, Índia, México, África do Sul e, possivelmente, o Egito.

Independente do tamanho do futuro bloco substituto do G8, é certo que a governança mundial sofrerá importantes mudanças após o término da atual crise financeira internacional. Além da inclusão dos principais países emergentes, a pauta das decisões deve contemplar as questões do aquecimento global e do redesenho dos principais organismos internacionais, como a ONU (Organização das Nações Unidas), a OMC (Organização Mundial do Comércio) e o FMI (Fundo Monetário Internacional).

Sendo assim, com ou sem a consolidação do BRIC, o Brasil passa ter maior importância nas decisões mundiais. Dono da maior reserva hídrica, da maior área agriculturável e da mais completa biodiversidade do mundo, o Brasil, contando com uma economia diversificada e uma estrutura institucional avançada, tem condições de assumir um papel muito mais ativo no cenário mundial. Porém, isso vai depender da sua disponibilidade no nível de investimento nos próximos anos, além da viabilização de um projeto de inovação focado na área de ciência e tecnologia.

Alcides Domingues Leite Junior - Professor de economia e de mercado financeiro da Trevisan Escola de Negócios.

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