domingo, 18 de abril de 2010

Térmicas: energia sendo mais cara e poluente é a que o PAC mais destina verba?

JC e-mail 3837, de 28 de Agosto de 2009.

 Sujeira na matriz energética
Emissões de CO2, principal gás-estufa, pelas termelétricas dobram no país
A matriz energética brasileira está mais suja. O principal motivo é o avanço de usinas termelétricas, muito mais poluentes que as hidroelétricas, que são responsáveis por cerca de 85% da geração elétrica do país.

Segundo uma estimativa das emissões de CO2 do setor industrial e energético, divulgada ontem pelo Ministério do Meio Ambiente, as emissões do principal gás causador do efeito estufa gerado pelas térmicas, movidas principalmente a óleo e a carvão, aumentaram 122% entre 1994 e 2007, passando de 10,8 milhões de toneladas de CO2 em 94 para 24,1 milhões de toneladas em 2007.
Com o aumento, o Ministério do Meio Ambiente estima que o setor industrial e energético já responda por 30% das emissões globais do país - a maior parte do restante viria do desmatamento.
Esse incremento já é sentido na evolução da intensidade de emissões no setor de energia como um todo. Se há 15 anos a geração de energia emitia 42 toneladas de CO2 para cada gigawatt/hora, em 2007 a emissão era de 54 toneladas de CO2 por gigawatt/hora. Um aumento de 30%.

Este é um reflexo do aumento do investimento do governo nas termelétricas, aumentando o compartilhamento da matriz energética com as hidroelétricas.

- Nós estamos nos movendo rumo a um perfil semelhante ao dos países desenvolvidos - observou a secretária Nacional de Mudanças Climáticas, Suzana Kahn.
Minc critica as novas rodovias
Ao todo, as emissões da indústria cresceram 77%, e as do setor energético, 49%. Os dados foram levantados a partir de informações do IBGE, da própria indústria e da Empresa de Pesquisa Energética. Os números sobre as emissões relativas a desmatamento, que respondem pela maior parte da contribuição brasileira ao aquecimento global, só serão apresentados no ano que vem.

Mas, segundo o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, o desmatamento, que em 1994 causava cerca de 70% das emissões totais do país, hoje deve estar em torno de 60%. Energia e indústria, que causavam 18% dos gases poluentes que o Brasil emitia, devem ter aumentado sua participação e chegado a quase 30%.

À parte o desmatamento, o setor de transportes é o maior emissor de CO2 em termos absolutos. Em 2007, foram 146,8 milhões de toneladas de CO2, um aumento de 56% em relação a 1994. Minc criticou o fato de os governos terem investido quase que exclusivamente no setor rodoviário em detrimento do ferroviário e do hidroviário, muito mais verdes.
- Enquanto outros países estão indo para ferrovias, nós estamos inflando o modal rodoviário.
Em 2007, carros, ônibus e afins jogaram no ar 50 milhões de toneladas de CO2 a mais do que em 1994, passando de 83,3 milhões para 132,7 milhões de toneladas do gás. O modal rodoviário emite 90% do total de CO2 produzido por todo o setor de transporte, enquanto o ferroviário emite apenas 1%.
As estimativas indicam que está aumentando também o consumo de gasolina e diesel no país. A saída, pregou Minc, é o governo e a sociedade adotarem medidas para estimular o transporte coletivo e investir em hidrovias.
Ele informou que uma das ideias que vêm sendo amadurecidas é aproveitar o licenciamento de hidroelétricas para casá-lo com a construção de hidrovias, uma boa solução para a Região Amazônica, sustentou.
Para Suzana, os números são importantes para ajudar o governo a elaborar políticas públicas. No caso do aumento de termelétricas, a área ambiental do governo vem defendendo que as usinas incorporem o custo ambiental e plantem um número correspondente de árvores para compensar suas emissões.
A medida, que será objeto de uma resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), causa divergências dentro do governo. O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, é contra. Já a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, defende um prazo maior para que as empresas se adaptem à nova regra. Segundo o Ibama, 82 novas usinas termelétricas aguardam licenciamento ambiental para serem construídas.
(Catarina Alencastro)

Térmicas: energia mais cara e poluente
Com a falta de investimentos em hidrelétricas, o atraso na concessão das licenças ambientais e os baixos níveis dos reservatórios nos últimos anos, o país se viu obrigado a ampliar o uso das térmicas a carvão e óleo combustível, mais poluentes, para assegurar a oferta de energia elétrica.

Enquanto isso, o governo federal tenta levar adiante o projeto de aumentar a oferta pelas hidrelétricas, uma energia mais limpa. Há três grandes projetos de hidrelétricas no país - Jirau e Santo Antônio (ambas em Rondônia), já licitadas e em obras; e Belo Monte (no Pará), que ainda irá a leilão.

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE), órgão oficial responsável pelo planejamento energético, avalia, porém, que a partir de 2025 não será possível construir hidrelétricas ambientalmente sustentáveis.
Por isso, a tendência é que as térmicas aumentem sua fatia na matriz energética. O desafio do governo será estimular aquelas movidas a gás, biomassa ou as centrais nucleares, mais limpas que as usinas a carvão e a óleo.
Hoje, as hidrelétricas respondem por 69% da matriz elétrica nacional total, o que faz com que o país tenha um índice de energias renováveis que beira os 80%. As térmicas a gás (10,46%), biomassa (5,03%) óleo (4,83%), carvão (1,28%) e nuclear (1,77%) têm participação menor porque servem para dar segurança ao sistema.
Além de mais poluentes, as térmicas são também mais caras: enquanto o megawatt gerado por uma hidrelétrica custa de US$ 80 a US$ 100, o megawatt gerado por uma térmica varia de US$ 130 a US$ 140, o que afeta diretamente o bolso do consumidor, seja ele o residencial ou o industrial.
(Danielle Nogueira)
(O Globo, 28/8)
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