segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Mudanças climáticas globais: cenários para o planeta e a Amazônia

Ainda há duvidas que com essas mudanças e aumentos nas frequencia de : chuvas, secas, tornados, neves e toda sorte do azar pelo planeta , não é apenas culpa decorrente de mal uso da natureza por toda população

Artigo para melhor compreenção


Idioma: 
 Português
A questão das mudanças climáticas globais é um dos maiores desafios socioeconômicos e científicos que a humanidade terá que enfrentar ao longo deste século. Os três recentes relatórios do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) publicados em 2007 indicam que, do ponto de vista científico, temos mais de 95% de chance de concluir que as mudanças climáticas já estão acontecendo e que são originadas, em grande medida, pelas atividades antropogênicas.

Sabemos, por um lado, que o clima de nosso planeta muda constantemente e a maior parte das mudanças geofísicas ocorre em escalas de tempo de milhares ou milhões de anos. Existem alterações naturais na incidência da radiação solar, pequenas variações na órbita terrestre e erupções vulcânicas que causam variabilidades naturais no clima terrestre em escalas temporais diversas.
 Por Paulo Artaxo*
Entretanto, as pesquisas indicam que as alterações na composição da atmosfera resultantes das atividades humanas ocorrem em um curtíssimo espaço de tempo (entre 100 e 200 anos), em comparação com as escalas temporais geológicas (milhares ou milhões de anos). As mudanças no uso do solo, como a derrubada de florestas e a utilização de agricultura intensiva, adicionam uma problemática ainda mais complexa à questão, como a geração de alterações fundamentais nos ciclos biogeoquímicos, no balanço de radiação e no sistema climático terrestre. A dimensão exata das mudanças climáticas e suas implicações é uma questão complexa e de suma importância no desenvolvimento econômico e social de nosso planeta neste século.


A previsão do futuro

Os modelos climáticos globais podem realizar simulações de como deverá ser a temperatura e o clima de nosso planeta ao longo das próximas décadas ou séculos. Esses modelos têm um alto nível de incerteza, devido ao nosso desconhecimento científico dos processos que regulam o funcionamento do sistema climático global.

Para que seja possível realizar uma simulação do clima futuro, outro ingrediente necessário – para além dos modelos climáticos – é a criação de cenários de emissões de gases de efeito estufa. Tais instrumentos foram desenvolvidos por equipes de cientistas de várias disciplinas, incluindo economistas, e tornaram-se assunto de intenso debate devido à dificuldade intrínseca de saber como serão, de fato, as emissões de carbono daqui a algumas décadas.

O IPCC trabalha com diversos cenários futuros diferenciados. Evidentemente, é muito difícil hoje estabelecer qual deles irá prevalecer. Também é preciso lembrar que eles devem ser utilizados como guia geral e não como valores que serão certamente realizados.

Para a construção dos cenários, o IPCC utilizou simulações produzidas por um grande número de modelos climáticos, com premissas diferentes, para que o conjunto indique as incertezas inerentes no processo de simulação.

O crescimento das emissões varia de acordo com cada cenário, como podemos ver por intermédio das perspectivas de emissão de dióxido de carbono até 2100 utilizados nas simulações climáticas do IPCC em 2007 (figura 1).




Figura 1* 


Perspectivas de emissão de dióxido de carbono nos próximos séculos:



* Os cenários B1 e A1B implicam fortes reduções nas emissões de gases de efeito estufa, enquanto o cenário A2 implica pouca redução nas emissões e o uso intensivo de combustíveis fósseis. A estabilização da concentração de CO2 é diferente para cada cenário: o cenário B1 prevê estabilização em 550ppm; já o cenário A1B, em 700ppm.




A partir dos cenários, podemos calcular a previsão da evolução da temperatura média global ao longo deste século. Sabe-se que, qualquer que seja o quadro futuro, até mesmo se a emissão de gases de efeito estufa for zero, observaríamos um aumento de temperatura da ordem de 0,3 graus centígrados – fruto da inércia do sistema climático.


Diferenças regionais

Se as incertezas são grandes no que diz respeito às estimativas de médias globais, é importante salientar que são ainda maiores quando se produzem avaliações regionais do aumento de temperatura. Os estudos mostram que essa elevação será desigual para as várias regiões do globo. As áreas de altas latitudes (como o Ártico e a Antártica) sofrerão aquecimento mais pronunciado. Por outro lado, as regiões continentais sofrerão aquecimento maior do que as oceânicas.

Em particular, a região ártica poderá se aquecer em torno de 7 graus centígrados ao longo deste século. A América do Sul está sujeita a um aumento de temperatura da ordem de 5 graus centígrados – o que para o ecossistema amazônico poderá significar uma quebra da estabilidade climática. Regiões importantes da África poderão sofrer alterações expressivas, com elevações de temperaturas de 4 a 5 graus centígrados ao longo deste século.


Figura 2*


* Simulação do aumento médio regional de temperatura previsto pelos modelos compilados pelo IPCC para três cenários de emissões diferentes (B1, A1B e A2) e para as escalas temporais de 2020-2029 e 2090-2099.


Devemos ressaltar que, se deixarmos as concentrações de CO2 se estabilizarem somente nos níveis de 800 a 1000 partes por milhão (ppm), a temperatura de equilíbrio pode subir até 6-8 graus centígrados em média. Esses aumentos de temperatura tendem a alterar significativamente o ciclo hidrológico em largas regiões de nosso planeta. Podem causar quedas importantes na taxa de precipitação, afetando áreas como a parte sul da Europa, o sul da África e a parte central da América do Sul na estação seca. Partes da Oceania também deverão ter precipitação reduzida de acordo com os resultados desses modelos. Outras regiões, tais como as regiões de altas latitudes (Sibéria, Canadá e Antártica), deverão sofrer um acentuado aumento da precipitação.

Mudanças climáticas e a região Amazônica

Uma das regiões brasileiras mais sensíveis à questão das mudanças climáticas é a Amazônia. Esse ecossistema tem se mostrado muito menos robusto do que acreditávamos alguns anos atrás e está sob intensa pressão de dois aspectos principais:

  1. O processo desordenado de ocupação com desmatamento acelerado.
  2. As alterações na temperatura e precipitação como resultado das mudanças climáticas.

O primeiro processo foi estudado detalhadamente no experimento do Programa de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera da Amazônia – Large Scale Biosphere-Atmosphere Experiment in Amazonia (LBA). Pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais estudaram cenários futuros de desmatamento caso as taxas continuem seguindo o padrão atual e as políticas públicas de ocupação continuem as mesmas.



 Áreas desmatadas em vermelho.
Observa-se que a área desmatada com o cenário das políticas atuais poderia chegar a 2.698.735km² (figura 3), o que corresponde a cerca de 45% da Amazônia brasileira. Esse desmatamento tenderia a emitir para a atmosfera cerca de 33 milhões de toneladas de carbono (GtC), o que corresponde a mais de 5 anos de todo o combustível fóssil queimado no planeta.

Em outro cenário possível (figura 4), os pesquisadores apresentaram uma simulação das previsões das regiões que seriam desmatadas até 2050 se uma política efetiva de governança fosse implantada na região Amazônica. A emissão de carbono seria reduzida para 17GtC, e a área desmatada seria da ordem de 1.655.734km². Devemos ressaltar que, mesmo no cenário mais positivo, ainda se prevê um desmatamento expressivo da região.

Os impactos das alterações no clima na Amazônia também são alvo de preocupação dos cientistas, como é o caso de experiência importante realizada pelo Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (CPTEC/INPE) por intermédio do trabalho de José Marengo e Carlos Nobre. Os pesquisadores realizaram uma análise conhecida como “downscalling”, que na prática é uma adaptação dos resultados dos modelos do IPCC para o contexto do Brasil.

Do ponto de vista de previsão de temperatura, observamos que no cenário B2 do IPCC (o mais otimista, à esquerda da figura 5), durante o período chuvoso na Amazônia, que vai de dezembro a fevereiro, a temperatura poderia aumentar da ordem de 3-4 graus centígrados em algumas regiões, mas o crescimento médio possivelmente seria da ordem de 2 graus. Para o cenário A2 (que implica pouca redução nas emissões e a continuidade de uso intensivo de combustíveis fósseis e está representado à direita da figura 5), o aumento de temperatura para algumas regiões poderia ser da ordem de 5 a 6 graus – particularmente na região leste da floresta amazônica.










* Simulações de aumento de temperatura no final do século na América do Sul, para o período de dezembro a fevereiro. A figura à esquerda contém os resultados para o cenário B2 do IPCC (mais otimista); a figura à direita, para o cenário A2 do IPCC (mais pessimista).

Esse aumento forte de temperatura tornaria o ecossistema amazônico mais suscetível a queimadas. Por tal razão, algumas regiões da parte leste poderiam sofrer uma perda considerável de área florestal. Com a menor disponibilidade de água, maiores temperaturas e maior evapotranspiração, poderia não ser possível sustentar ecologicamente uma floresta tropical chuvosa. De igual forma, o ecossistema amazônico possivelmente acabaria sofrendo em parte de seu território do leste um processo de “savanização”.

É importante salientar mais uma vez as grandes incertezas inerentes a essas simulações climáticas e seus possíveis efeitos. Os modelos climáticos ainda são bastante limitados e os novos conhecimentos continuamente agregados podem alterar os resultados destes cenários.

* Professor e chefe do Departamento de Física Aplicada do Instituto de Física da USP. Integra o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC)

Afinal o que é El Niño e La Niña


Niño é um fenômeno atmosférico-oceânico caracterizado por um aquecimento anormal das águas superficiais no oceano Pacífico Tropical, e que pode afetar o clima regional e global, mudando os padrões de vento a nível mundial, e afetando assim, os regimes de chuva em regiões tropicais e de latitudes médias
La Niña representa um fenômeno oceânico-atmosférico com características opostas ao EL Niño, e que caracteriza-se por um esfriamento anormal nas águas superficiais do Oceano Pacífico Tropical. Alguns dos impactos de La Niña tendem a ser opostos aos de El Niño, mas nem sempre uma região afetada pelo El Niño apresenta impactos significativos no tempo e clima devido à La Niña.
A previsão climática para o trimestre janeiro a março de 2010 (JFM/2010), elaborada pelo CPTEC/INPE em conjunto com o INMET e os Centros Estaduais de Meteorologia, indica, como categoria mais provável, chuvas abaixo da média histórica no norte das Regiões Norte e Nordeste do Brasil. Para o centro-sul das Regiões Sudeste e Centro-Oeste e na Região Sul do Brasil, há maior probabilidade de totais pluviométricos entre as categorias normal a acima da normal climatológica. Para as demais áreas do País, persiste a categoria mais provável de chuvas em torno da média histórica. Os valores de temperatura do ar estão previstos acima da normal climatológica nas Regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste, enquanto que, para a Região Sul, a maior probabilidade é de temperaturas em torno da normal climatológica.  


Fonte de Informação:
Livro - O El Niño e Você - o fenômeno climático
Autor - Gilvan Sampaio de Oliveira



Uma componente do sistema climático da terra é representada pela interação entre a superfície dos oceanos a baixa atmosfera adjacente a ele. Os processos de troca de energia e umidade entre eles determinam o comportamento do clima, e alterações destes processos podem afetar o clima regional e global. 
El Niño representa o aquecimento anormal das águas superficiais e sub-superficiais do Oceano Pacífico Equatorial. A palavra El Niño é derivada do espanhol, e refere-se a presença de águas quentes que todos os anos aparecem na costa norte de Peru na época de Natal. Os pescadores do Peru e Equador chamaram a esta presença de águas mais quentes de Corriente de El Niño em referência ao Niño Jesus ou Menino Jesus. Na atualidade, as anomalias do sistema climático que são mundialmente conhecidas como El Niño e La Niña representam uma alteração do sistema oceano-atmosfera no Oceano Pacífico tropical, e que tem conseqüências no tempo e no clima em todo o planeta. Nesta definição, considera-se não somente a presença das águas quentes da Corriente El Niño mas também as mudanças na atmosfera próxima à superfície do oceano, com o enfraquecimento dos ventos alísios (que sopram de leste para oeste) na região equatorial. Com esse aquecimento do oceano e com o enfraquecimento dos ventos, começam a ser observadas mudanças da circulação da atmosfera nos níveis baixos e altos, determinando mudanças nos padrões de transporte de umidade, e portanto variações na distribuição das chuvas em regiões tropicais e de latitudes médias e altas. Em algumas regiões do globo também são observados aumento ou queda de temperatura. A figura abaixo mostra a situação observada em dezembro de 1997, no pico do fenômeno El Niño 1997/98. 



Anomalia de temperatura da superfície do mar em dezembro de 1998 mostrada na figura acima. Os tons avermelhados indicam regiões com valores acima da média e os tons azulados as regiões com valores abaixo da média climatológica. Pode-se notar a região no Pacífico Central e Oriental com valores positivos, indicando a presença do El Niño. Dados cedidos gentilmente pelo Dr. John Janowiak - CPC/NCEP/NWS/NOAA-EUA.


Que é o El Niño-Oscilação Sul (ENOS) ?


Talvez a melhor maneira de se referir ao fenômeno El Ninõ seja pelo uso da terminologia mais técnica, que inclui as caraterísticas oceanicas-atmosféricas, associadas ao aquecimento anormal do oceano Pacifico tropical. O ENOS, ou El Niño Oscilação Sul representa de forma mais genérica um fenômeno de interação atmosfera-oceano, associado a alterações dos padrões normais da Temperatura da Superfície do Mar (TSM) e dos ventos alísios na região do Pacífico Equatorial, entre a Costa Peruana e no Pacifico oeste próximo à Austrália.


Além de índices baseados nos valores da temperatura da superfície do mar no Oceano Pacifico equatorial, o fenômeno ENOS pode ser também quantificado pelo Índice de Oscilação Sul (IOS). Este índice representa a diferença entre a pressão ao nível do mar entre o Pacifico Central (Taiti) e o Pacifico do Oeste (Darwin/Austrália). Esse índice está relacionado com as mudanças na circulação atmosférica nos níveis baixos da atmosfera, conseqüência do aquecimento/resfriamento das águas superficiais na região. Valores negativos e positivos da IOS são indicadores da ocorrência do El Niño e La Niña respectivamente. 


Algumas observações:


Evento de El Niño e La Niña tem uma tendência a se alternar cada 3-7 anos. Porém, de um evento ao seguinte o intervalo pode mudar de 1 a 10 anos;
As intensidades dos eventos variam bastante de caso a caso. O El Niño mais intenso desde a existência de "observações" de TSM ocorreu em 1982-83 e 1997-98.
Algumas vezes, os eventos El Niño e La Niña tendem a ser intercalado por condições normais. Como funciona a atmosfera durante uma situação normal e durante uma situação de El Niño?: El Niño resulta de uma interação entre a superfície do mar e a baixa atmosfera sobre o Oceano Pacifico tropical. O inicio e fim do El Niño e determinado pela dinâmica do sistema oceano-atmosfera, e uma explicação física do processo é complicada Para que o leitor possa entender um pouco sobre isso, propõe-se um "modelinho simples", extraído do livro El Niño e Você, de Gilvan Sampaio de Oliveira.




1) Imagine uma piscina (obviamente com água dentro), num dia ensolarado;
2) Coloque numa das bordas da piscina um grande ventilador, de modo que este seja da largura da piscina;
3) Ligue o ventilador;
4) O vento irá gerar turbulência na água da piscina;
5) Com o passar do tempo, você observará um represamento da água no lado da piscina oposto ao ventilador e até um desnível, ou seja, o nível da água próximo ao ventilador será menor que do lado oposto a ele, e isto ocorre pois o vento está "empurrando" as águas quentes superficiais para o outro lado, expondo águas mais frias das partes mais profundas da piscina.


É exatamente isso que ocorre no Oceano Pacífico sem a presença do El Niño, ou seja, é esse o padrão de circulação que é observado. O ventilador faz o papel dos ventos alísios e a piscina, é claro, do Oceano Pacífico Equatorial. Águas mais quentes são observadas no Oceano Pacífico Equatorial Oeste. Junto à costa oeste da América do Sul as águas do Pacífico são um pouco mais frias. Com isso, no Pacífico Oeste, devido às águas do Oceano serem mais quentes, há mais evaporação. Havendo evaporação, há a formação de nuvens numa grande área. Para que haja a formação de nuvens o ar teve que subir. O contrário, em regiões com o ar vindo dos altos níveis da troposfera (região da atmosfera entre a superfície e cerca de 15 km de altura) para os baixos níveis raramente há a formação de nuvens de chuva. Mas até onde e para onde vai este ar ? Um modo simplista de entender isso é imaginar que a atmosfera é compensatória, ou seja, se o ar sobe numa determinada região, deverá descer em outra. Se em baixos níveis da atmosfera (próximo à superfície) os ventos são de oeste para leste, em altos níveis ocorre o contrário, ou seja, os ventos são de leste para oeste. Com isso, o ar que sobe no Pacífico Equatorial Central e Oeste e desce no Pacífico Leste (junto à costa oeste da América do Sul), juntamente com os ventos alísios em baixos níveis da atmosfera (de leste para oeste) e os ventos de oeste para leste em altos níveis da atmosfera, forma o que os Meteorologistas chamam de célula de circulação de Walker, nome dado ao Sir Gilbert Walker. A abaixo mostra a célula de circulação de Walker, bem como o padrão de circulação em todo o Pacífico Equatorial em anos normais, ou seja, sem a presença do fenômeno El Niño. Outro ponto importante é que os ventos alísios, junto à costa da América do Sul, favorecem um mecanismo chamado pelos oceanógrafos de ressurgência, que seria o afloramento de águas mais profundas do oceano. Estas águas mais frias têm mais oxigênio dissolvido e vêm carregadas de nutrientes e micro-organismos vindos de maiores profundidades do mar, que vão servir de alimento para os peixes daquela região. Não é por acaso que a costa oeste da América do Sul é uma das regiões mais piscosas do mundo. O que surge também é uma cadeia alimentar, pois os pássaros que vivem naquela região se alimentam dos peixes, que por sua vez se alimentam dos microorganismos e nutrientes daquela região. 




Circulação observada no Oceano Pacífico Equatorial em anos sem a presença do El Niño ou La Niña, ou seja, anos normais. A célula de circulação com movimentos ascendentes no Pacífico Central/Ocidental e movimentos descendentes no oeste da América do Sul e com ventos de leste para oeste próximos à superfície (ventos alísios, setas brancas) e de oeste para leste em altos níveis da troposfera é a chamada célula de Walker. No Oceano Pacífico, pode-se ver a região com águas mais quentes representadas pelas cores avermelhadas e mais frias pelas cores azuladas. Pode-se ver também a inclinação da termoclima, mais rasa junto à costa oeste da América do Sul e mais profunda no Pacífico Ocidental. Figura gentilmente cedida pelo Dr. Michael McPhaden do Pacific Marine Environmental Laboratory (PMEL)/NOAA, Seattle, Washington, EUA.


Deve ser notado, na figura acima, que existe uma região chamada de termoclina onde há uma rápida mudança na temperatura do oceano. Esta região separa as águas mais quentes (acima desta região) das águas mais frias (abaixo desta região). Os ventos alísios "empurrando" as águas mais quentes para oeste, faz com que a termoclina fique mais rasa do lado leste, expondo as águas mais frias.
Vamos agora voltar ao nosso "modelinho". Vamos imaginar o seguinte:
Desligue o ventilador, ou coloque-o em potência mínima. O que irá acontecer?
Agora, o arrasto que o vento estava provocando na água da piscina irá desaparecer ou diminuir. As águas do lado oposto ao ventilador irão então refluir para que o mesmo nível seja observado em toda a piscina. O Sol continuará aquecendo a piscina e as águas deverão, teoricamente, estar aquecidas igualmente em todos os pontos da piscina. Certo?
Então vamos correlacionar novamente com o Oceano Pacífico. O ventilador desligado ou em potência mínima, significa neste caso o enfraquecimento dos ventos alísios. Veja que os ventos não param de soprar. Em algumas regiões do Pacífico ocorre até a inversão dos ventos, ficando estes de oeste para leste. Agora, todo o Oceano Pacífico Equatorial começa a aquecer. E como dito anteriormente: aquecimento gera evaporação com movimento ascendente que por sua vez gera a formação de nuvens. A diferença agora é que ao invés de observarmos a formação de nuvens com intensas chuvas no Pacífico Equatorial Ocidental, vamos observar a formação de nuvens principalmente no Pacífico Equatorial Central e Oriental 




Padrão de circulação observada em anos de El Niño na região equatorial do Oceano Pacífico. Nota-se que os ventos em superfície, em alguns casos, chegam até a mudar de sentido, ou seja, ficam de oeste para leste. Há um deslocamento da região com maior formação de nuvens e a célula de Walker fica bipartida. No Oceano Pacífico Equatorial podem ser observadas águas quentes em praticamente toda a sua extensão. A termoclina fica mais aprofundada junto à costa oeste da América do Sul principalmente devido ao enfraquecimento dos ventos alísios. Figura gentilmente cedida pelo Dr. Michael McPhaden do Pacific Marine Environmental Laboratory (PMEL)/NOAA, Seattle, Washington, EUA.
 

LINHA DO TEMPO DE 40 ANOS DE INOVAÇÕES TECNOLOGICAS OUÇA,




A revolução que testemunhei em 40 anos Autor(es): Ethevaldo Siqueira,


 LAS VEGAS O Estado de S.  Paulo - 03/01/2010 Nunca pensei que 40 anos pudessem fazer tanta diferença na história da humanidade. 


Não apenas na política internacional ou na economia, mas, em especial, na tecnologia. 

Voltemos a1970, para comprovar, leitor.  Naquele ano, a humanidade não dispunha de computadores pessoais, nem de CDs, de TV digital, de DVDs, de Blu-rays, de celulares, de internet, de tomografia computadorizada ou de imagens de vídeo de alta definição. 

Tudo isso intriga os garotos e jovens de hoje, que nos perguntam, admirados: "Como era viver num mundo sem computador, celular e internet?"


Essa reflexão me vem à mente logo que o avião começa a se aproximar de Las Vegas, aonde venho para fazer a cobertura, pela quadragésima vez, de mais uma edição do Consumer Electronics Show (CES 2010), também conhecido por Feira de Las Vegas, maior evento mundial de eletrônica de entretenimento.  Entre centenas de inovações que deverão ser lançadas este ano, estão o computador tablet duplo Entourage Edge, com duas telas de cristal líquido (LCD); o Electronic Housekeeper, um servidor que controla o consumo de água, luz e energia de toda a casa; os novos e-books; Blu-ray disc-3D, para imagens tridimensionais; e, talvez, o super-celular do Google.


Durante a semana do CES 2010, cerca de 120 mil pessoas visitarão seus 2.500 estandes (450 dos quais de empresas chinesas), numa área total de 140 mil metros quadrados.  Para mim, o melhor desse evento é ouvir palestras de especialistas e entrevistar líderes da indústria sobre as grandes tendências da eletrônica, em áudio, vídeo e multimídia. 


Ao longo de quatro décadas, essa Feira de Las Vegas me tem proporcionado a oportunidade de ouvir algumas celebridades, como Akio Morita, ex-presidente da Sony; Bill Gates, da Microsoft; Steve Jobs, da Apple; John Chambers, da Cisco; Craig Barrett e Paul Otellini, da Intel; Larry Page, do Google; além de visionários como Alvin Toffler, Nicholas Negro ponte ou Don Tapscott.


Em janeiro de 2008, permaneci durante três horas em pé, numa longa fila, com mais de 
2 mil jornalistas, para garantir um lugar no auditório onde Bill Gates falaria pela décima e última vez na condição de presidente da Microsoft e como keynote speaker, na pré-abertura do CES.


40 ANOS DE INOVAÇÕES Quando olho para trás, fico impressionado com o número de inovações e de mudanças tecnológicas ocorridas ao longo de quatro décadas.  A maioria dessas tecnologias e produtos foi lançada no CES, nos últimos 40 anos.  Confira:


Em 1970, gravador de videocassete (VCR).


Em 1974, toca-discos para laser discs, o bolachão com som digital e imagem analógica.


Em 1975, Pong, videogame pioneiro da Atari.


Em 1979, primeiro Walkman, reprodutor de fita cassete daSony, com fones de ouvido de maior eficiência.


Em 1981, câmeras-gravadoras (camcorders) do formato VHS para videocassete.


Em 1982, pré-lançamento do Compact Disc (CD) e de seu toca-discos (CD player); o microcomputador Commodore 64.


Em 1984, microcomputador Amiga.


Em 1985, videogame Nintendo Entertainment System (NES),apelidado de Nintendinho no Brasil.


Em 1988, o jogo eletrônico Tetris.


Em 1991, CD-i ou CD interativo.


Em 1993, mini-disc digital de áudio.


Em 1994, receptor de televisão via satélite.


Em 1995, jogo eletrônico Virtual Boy.


Em 1996, DVD (Digital Versatile Disc).


Em 1998, TV digital de alta definição (HDTV).


Em 1999, gravador pessoal de vídeo ou PVRs (personal video recorder, ou PDR, de personal digital recorder).


Em 2001, primeiro televisor de plasma.  O Xbox, da Microsoft.


Em 2004, Blu-ray Disc e HD-DVD, os DVDs de alta definição.


Em 2005, primeira demonstração de IPTV com imagens de alta qualidade. 


Em 2006, Ultra High Definition TV (U-HDTV), da japonesa NHK, com 32 milhões de pixels em telões de 11 metros de diagonal.


Em 2008, protótipos de TV a laser e TV tridimensional.


Em 2009, protótipos de TV a LED e OLED.


UMA CIDADE ÚNICA Da janela de meu quarto, num vigésimo andar, tenho um avista preciosa de Las Vegas, uma cidade que nunca dorme.  Por suas luzes e a loucura de sua arquitetura, é o melhor exemplo de urbe psicodélica.  Quando vista do espaço, contam os astronautas, Las Vegas é a cidade mais luminosa do planeta. 


As mudanças aqui foram profundas em 40 anos.  Em 1970, sua população metropolitana não passava de 120 mil habitantes.  Hoje são quase 2 milhões.  É a maior cidade norte-americana fundada no século 20 (em 1905).  Turismo, jogo e entretenimento rendem bilhões de dólares por ano.  A permissividade extrema desta "sin city" (cidade do pecado), talvez, explique o fato de ser a campeã mundial de suicídios e de divórcios. 


Muito além do jogo, no entanto, Las Vegas tem coisas extraordinárias.  São os espetáculos do Cirque du Soleil, os concertos e shows de artistas famosos, a infraestrutura incomparável de seu imenso centro de convenções, de seus luxuosos hotéis e finos restaurantes.  Esse conjunto de fatores, fez de Las Vegas um dos centros mundiais da indústria de feiras e eventos de grande porte, competindo com Hannover e Frankfurt, na Alemanha.



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“A vida é uma sucessão de sucessos e insucessos,  que se sucedem sucessivamente sem cessar “
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Abraços: Jose de Mendonça Simões. Recife PE-

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