quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Senado eleva gasto com hora extra em R$ 3,7 milhões

Senado eleva gasto com hora extra em R$ 3,7 milhões
Edson Sardinha

Apesar de ter prometido reduzir as despesas, o Senado aumentou em R$ 3,7 milhões os gastos com as horas extras de seus servidores no ano passado. A Casa pagou R$ 87,6 milhões a título de hora extra aos funcionários em 2009. No ano anterior, havia desembolsado R$ 83,9 milhões com o mesmo tipo de despesa. 

Mesmo com o aumento, a Secretaria de Comunicação Social comemorou o resultado. “O Senado Federal teve sucesso em sua decisão de reduzir a concessão de horas extras em 2009”, disse a secretaria em nota de esclarecimento.
O “sucesso”, segundo a nota, vem da diminuição do número de servidores autorizados a fazer horas extras, que passou de 4.227 em 2008 para 2.763 em 2009. Mas as despesas não acompanharam o corte. Isso porque o valor da hora extra paga a cada servidor teve alta de 99,42% em outubro de 2008. Passou de R$ 1.324,80 para R$ 2.641,93.
Só em dezembro, quando o Congresso encerrou as atividades no dia 23, foram pagos R$ 6,7 milhões aos servidores do Senado, de acordo com o Correio Braziliense. Desde 2003, os pagamentos com horas extras já consumiram R$ 511,7 milhões.
Veja a íntegra da nota de esclarecimento do Senado:
"A propósito de matéria publicada no jornal Correio Braziliense desta terça-feira, 5 de janeiro, intitulada "Horas Extras nas alturas", o Senado Federal tem a esclarecer:
1. O Senado Federal teve sucesso em sua decisão de reduzir a concessão de horas extras em 2009;
2. Em cumprimento a decisão da Mesa Diretora e, ao contrário do que afirma o texto, analisando dados expostos pelo próprio jornal, o Senado Federal reduziu em média 35% o quantitativo de servidores que receberam horas extras ao longo do ano de 2009;
3. Tal resultado deveu-se à diminuição do número de servidores autorizados a fazer horas extraordinárias, que passou de 4.227 em 2008 para 2.763 em 2009, em razão de uma nova sistemática de controle adotada pela atual Administração da Casa;
4. E como o valor da hora extra paga a cada servidor teve alta de 99,42 % em outubro de 2008, subindo de R$ 1.324,80 para R$ 2.641,93, a despesa do Senado com horas extras passou de R$ 83,9 milhões em 2008 para R$ 87,6 milhões em 2009.
Brasília, 5 de janeiro de 2010.
Secretaria de Comunicação Social"
Em março, após a revelação de que mais de 3 mil funcionários haviam recebido horas extras durante o recesso parlamentar, o Senado prometeu adotar uma série de medidas para reduzir os gastos. A principal delas, a implantação do ponto eletrônico, ainda está longe de sair do papel. 

Segundo o diretor de Comunicação da Casa, Fernando Cesar Mesquita, está sendo preparado um processo de licitação para o sistema biométrico de ponto, que permite o reconhecimento dos funcionários por meio da impressão digital. 

Fernando Cesar admite que o novo modelo ainda deve demorar alguns meses para entrar em funcionamento. “Como o processo de licitação é complexo, a implantação do sistema biométrico poderá tardar ainda alguns meses até sua concretização”, afirma o diretor, em nota enviada em dezembro ao Congresso em Foco.

De acordo com Fernando Cesar, a Casa pretende implantar um modelo alternativo de ponto enquanto o sistema biométrico não entrar em vigor. A ideia é obrigar os servidores a registrarem presença por meio de senha em computador. “Nessa modalidade, ao ingressar nas dependências do Senado, o funcionário digitará sua senha no computador, registrando assim sua presença. O mesmo será feito ao final do expediente, para registrar a saída”, explica.

Senadores na gastança das sobras de passagens para o ano seguinte ( 2010)


Corregedor: cultura favoreceu farra de passagens
ACM Neto diz que mistura de práticas toleráveis com inaceitáveis estimulou comércio paralelo de bilhetes. Para ele, troca de créditos entre parlamentares não representa quebra de decoro
Eduardo Militão

 

O corregedor da Câmara, Antonio Carlos Magalhães Neto (DEM-BA), diz que a existência de um caldo de cultura de práticas questionáveis estimulou o comércio ilegal de créditos de passagens nos corredores do Congresso. “Ela não explica todos os casos, mas traduz um bom percentual do que temos visto”, afirma ACM Neto, responsável por presidir sindicâncias contra parlamentares supostamente envolvidos no esquema. 

As sobras de crédito de passagens de uns, as antecipações de cota por meio de agentes e as trocas de requisições de voos entre os deputados formaram o clima para a venda ilegal de cotas. 



ACM Neto diz que tudo estava misturado. “Havia práticas toleráveis, como essa para agilizar o dia-a-dia do parlamentar, e práticas inaceitáveis, como vender com deságio para obter vantagem financeira. Era uma cesta só.” 

Mas o corregedor entende que o deputado não pode ser punido por quebra de decoro se antecipou ou permutou sua cota – o que é admitido por vários parlamentares. Ao mesmo tempo, diz ser pouco crível que todos os agentes não tenham comprado créditos e apenas “prestado um favor” aos parlamentares. 



ACM Neto crê, sim, que alguns agentes tenham antecipado cotas de deputados e recebido o valor de volta, um mês depois, sem cobrar um centavo de juros. “O cara às vezes fazia isso para ter volume e limpar o que era irregular.” 



As apurações do comércio ilegal de passagens ainda não terminaram. Como mostrou o Congresso em Foco, pelo menos seis deputados são investigados pela Corregedoria, um aguarda decisão da Mesa da Câmara e um caso foi arquivado pela Casa. Existem, ainda, 44 servidores respondendo a processo administrativo.


A porta 


Ex-secretário de Segurança Pública do Rio Grande do Sul, o deputado Enio Bacci (PDT-RS) admite que a prática de emprestar e antecipar cotas – feita inclusive no seu gabinete – deu fôlego ao comércio ilegal de passagens aéreas pagas com dinheiro público “Isso foi a porta que viabilizou o ingresso de alguns com má-fé que aproveitaram para ganhar dinheiro. Não tenho dúvida disso”, diz Bacci. 



Entretanto, ele reforça que, no seu caso e no de outros colegas, não houve interesse em lucrar com as operações. “Não podemos generalizar”, afirma o parlamentar. 



O deputado Paulo Piau (PMDB-MG) diz que o costume era errado, mas generalizado. “Você podia dar cota para a gente lá de baixo, era rotina. Está certo isso? Está completamente errado. Mas isso se incorporou na cultura da Casa.” 



Bacci e Piau defendem seus funcionários que fizeram antecipações e permutas de cotas. Afirmam que nenhum deles obteve lucro ou vantagem financeira na operação. Apenas faziam isso para facilitar o dia-a-dia do mandato de seus chefes. 



Afastar a má-fé 



Dois policiais que investigam o comércio ilegal de créditos entendem que a tese da permuta serve para afastar a má-fé dos acusados. E duvidam que os agentes tenham emprestado bilhetes aos deputados e servidores sem cobrança de juros. 



“Isso é incabível. Quem vai fazer um negócio desses? Quem faz tem que ganhar”, diz um investigador, que prefere o anonimato e apura casos semelhantes desde 2005. Segundo esse policial, na venda direta, havia benefícios para as duas partes. “Era bom para o parlamentar, que transformava a cota em dinheiro, e para o atravessador, que comprava com deságio.” 



Outro policial diz que a antecipação de cotas sem cobrança de juros poderia ser interessante, mas não tanto. “Eles ganhavam a comissão da venda da passagem, mas era pouco”, afirma o policial, que investiga a máfia das passagens desde 2003. 



Leia também: 


Entenda como se formou a máfia das passagens




terça-feira, 5 de janeiro de 2010

A influência dos fenômenos climáticos do El Niño e a La Niña no Mundo


A influência dos fenômenos climáticos
Um grande influenciador do sistema climático da Terra é representado pela interação entre a superfície dos oceanos a atmosfera. Os processos de troca de energia e umidade entre eles determinam também o comportamento do clima em todo o mundo. Dentre os fenômenos climáticos mais conhecidos, estão o El Niño e a La Niña.

O El Niño representa o aquecimento anormal das águas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial. A palavra El Niño é derivada do espanhol, e refere-se a presença de águas quentes que todos os anos aparecem na costa norte de Peru na época de Natal. Os pescadores do Peru e Equador chamaram a esta presença de águas mais quentes de Corriente de El Niño em referência ao Niño Jesus ou Menino Jesus. Já a La Niña é o resfriamento das águas do Oceano Pacífico Equatorial. No entanto, mesmo sendo o oposto do El Niño, não significa que os efeitos sejam opostos.

El Niño e La Niña, quando atuantes, geram conseqüências no tempo e no clima em todo o planeta. Uma maneira de acompanhar a evolução destes fenômenos é observar as mudanças da temperatura da superfície do mar ao longo do ano. Acompanhe o mapa das anomailas temperatura da superfície do mar na página de capa das Mudanças Climáticas no Tempo Agora.

O que acontece na atmosfera em anos normais
Ventos chamados alísios sopram dos Trópicos para a região da linha do Equador. Estes ventos geram áreas de instabilidade conhecidas por ZCIT - zona de convergência intertropical. A ZCIT oscila para sul ou norte dependendo da época do ano. Estes ventos são responsáveis por movimentar as águas do Ocenao Pacífico. Nos anos normais, os ventos alísios ajudam a manter as águas quentes do Pacífico presas na região da Indonésia. Nestas circunstâncias, o mar aquece o ar, que sobe e forma nuvens de tempestade que precipitam sobre essa região.

O que acontece na atmosfera com El Niño

O que acontece na atmosfera com La Niña

Os ventos alísios ficam mais intensos, "empurrando" as águas do Pacífico para o Pacífico Equatorial Oeste, onde ficam mais quentes. Por consequência, próximo à costa do Peru as águas ficam mais frias, e a evaporação e formação de chuvas fortes fica concentrada na Indonésia. Tal como o El Niño, a mudança na formação destas nuvens gera modificações no padrão de circulação do ar e da umidade na atmosfera, alterando o clima no mundo inteiro. Em geral, episódios La Niñas têm períodos de aproximadamente 9 a 12 meses. Os valores da temperatura da superfície do mar em anos de La Niña têm desvios menores que em anos de El Niño, ou seja, as maiores anomalias observadas não chegam a 4ºC abaixo da média.

Efeitos da La Niña no mundo


As novas Certidões de: Nascimento, Casamento ou Óbito vai perceber que houve mudança

Quem for a um cartório para tirar a Certidão de Nascimento, Casamento ou Óbito vai perceber que houve mudança nos modelos dos documentos (foto 1). A mudança entra em vigor definitivamente a partir de final de janeiro deste ano.

Entre as novidades estão o número de matrícula, que é uma espécie de carteira de identidade dos cartórios. “Esse número vai facilitar a identificação do cartório onde a certidão foi impressa e dificultará as falsificação”, explica o escrevente de cartório, Luiz Alves de Andrade. 

O novo modelo de Certidão de Nascimento adota o campo 'filiação' no lugar dos espaços para nomes de mãe e pai. “Isso vai evitar o constrangimento das mães solteiras”, comenta o escrevente. Os nomes dos avós serão substituídos pelo termo 'avós maternos'.

Vala ressaltar que as antigas certidões continuam valendo, não precisa fazer a troca. A primeira via do documento é gratuita, mas a segunda impressão custa R$ 30,33. Algumas cidades do interior já contam com o novo modelo, mas há o prazo até o final
Maioria será constrangida por mães solteiras?

As novas Certidões de: Nascimento, Casamento ou Óbito vai perceber que houve mudança nos modelos dos documentos. A mudança entra em vigor definitivamente a partir de final de janeiro deste ano.Entre as novidades estão o número de matrícula, que é uma espécie de carteira de identidade dos cartórios. “Esse número vai facilitar a identificação do cartório onde a certidão foi impressa e dificultará as falsificação. O novo modelo de Certidão de Nascimento adota o campo 'filiação' no lugar dos espaços para nomes de mãe e pai. “Isso vai evitar o constrangimento das mães solteiras”, comenta o escrevente. Os nomes dos avós serão substituídos pelo termo 'avós maternos’. Vala ressaltar que as antigas certidões continuam valendo, não precisa fazer a troca. A primeira via do documento é gratuita, mas a segunda impressão custa R$ 30,33. Algumas cidades do interior já contam com o novo modelo, mas há o prazo até o final. Seremos todos apenas filhos da mãe? A maioria não terá o nome do pai? Que falta de apropriado juízo! Jose de Mendonça Simões

Google Goggles o futuro ja no presente breve!

 http://pplware.sapo.pt/2010/01/05/google-goggles-novo-conceito-de-pesquisas-por-video/

 

Ouça 2- http://cbn.globoradio.globo.com/comentaristas/ethevaldo-siqueira/ETHEVALDO-SIQUEIRA.htm

Google goggles – Novo conceito de pesquisas por vídeo!

O Google não pára e o seu objectivo de expansão das filosofias mercantilistas também não. Tudo é motivo para que possamos encontrar no maior motor de pesquisa aquilo que pretensamente procuramos. Desta feita o Google acrescenta ao Android a função de leitura de uma imagem fotografada, onde os elementos dessa imagem são detectados e colocados no motor de pesquisa para recebermos resultados correspondentes.



Conforme podemos ver neste vídeo, o Google goggles tira uma foto a uma “rótulo” (mas pode ser a qualquer tipo de base onde exista texto) e envia para o Google que disparará resultados com palavras comuns ao que leu na imagem fotografada.

A aplicação está disponível no Android Marketplace e corre em qualquer telefone com Android 1.6 ou superior.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Mudanças climáticas globais: cenários para o planeta e a Amazônia

Ainda há duvidas que com essas mudanças e aumentos nas frequencia de : chuvas, secas, tornados, neves e toda sorte do azar pelo planeta , não é apenas culpa decorrente de mal uso da natureza por toda população

Artigo para melhor compreenção


Idioma: 
 Português
A questão das mudanças climáticas globais é um dos maiores desafios socioeconômicos e científicos que a humanidade terá que enfrentar ao longo deste século. Os três recentes relatórios do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) publicados em 2007 indicam que, do ponto de vista científico, temos mais de 95% de chance de concluir que as mudanças climáticas já estão acontecendo e que são originadas, em grande medida, pelas atividades antropogênicas.

Sabemos, por um lado, que o clima de nosso planeta muda constantemente e a maior parte das mudanças geofísicas ocorre em escalas de tempo de milhares ou milhões de anos. Existem alterações naturais na incidência da radiação solar, pequenas variações na órbita terrestre e erupções vulcânicas que causam variabilidades naturais no clima terrestre em escalas temporais diversas.
 Por Paulo Artaxo*
Entretanto, as pesquisas indicam que as alterações na composição da atmosfera resultantes das atividades humanas ocorrem em um curtíssimo espaço de tempo (entre 100 e 200 anos), em comparação com as escalas temporais geológicas (milhares ou milhões de anos). As mudanças no uso do solo, como a derrubada de florestas e a utilização de agricultura intensiva, adicionam uma problemática ainda mais complexa à questão, como a geração de alterações fundamentais nos ciclos biogeoquímicos, no balanço de radiação e no sistema climático terrestre. A dimensão exata das mudanças climáticas e suas implicações é uma questão complexa e de suma importância no desenvolvimento econômico e social de nosso planeta neste século.


A previsão do futuro

Os modelos climáticos globais podem realizar simulações de como deverá ser a temperatura e o clima de nosso planeta ao longo das próximas décadas ou séculos. Esses modelos têm um alto nível de incerteza, devido ao nosso desconhecimento científico dos processos que regulam o funcionamento do sistema climático global.

Para que seja possível realizar uma simulação do clima futuro, outro ingrediente necessário – para além dos modelos climáticos – é a criação de cenários de emissões de gases de efeito estufa. Tais instrumentos foram desenvolvidos por equipes de cientistas de várias disciplinas, incluindo economistas, e tornaram-se assunto de intenso debate devido à dificuldade intrínseca de saber como serão, de fato, as emissões de carbono daqui a algumas décadas.

O IPCC trabalha com diversos cenários futuros diferenciados. Evidentemente, é muito difícil hoje estabelecer qual deles irá prevalecer. Também é preciso lembrar que eles devem ser utilizados como guia geral e não como valores que serão certamente realizados.

Para a construção dos cenários, o IPCC utilizou simulações produzidas por um grande número de modelos climáticos, com premissas diferentes, para que o conjunto indique as incertezas inerentes no processo de simulação.

O crescimento das emissões varia de acordo com cada cenário, como podemos ver por intermédio das perspectivas de emissão de dióxido de carbono até 2100 utilizados nas simulações climáticas do IPCC em 2007 (figura 1).




Figura 1* 


Perspectivas de emissão de dióxido de carbono nos próximos séculos:



* Os cenários B1 e A1B implicam fortes reduções nas emissões de gases de efeito estufa, enquanto o cenário A2 implica pouca redução nas emissões e o uso intensivo de combustíveis fósseis. A estabilização da concentração de CO2 é diferente para cada cenário: o cenário B1 prevê estabilização em 550ppm; já o cenário A1B, em 700ppm.




A partir dos cenários, podemos calcular a previsão da evolução da temperatura média global ao longo deste século. Sabe-se que, qualquer que seja o quadro futuro, até mesmo se a emissão de gases de efeito estufa for zero, observaríamos um aumento de temperatura da ordem de 0,3 graus centígrados – fruto da inércia do sistema climático.


Diferenças regionais

Se as incertezas são grandes no que diz respeito às estimativas de médias globais, é importante salientar que são ainda maiores quando se produzem avaliações regionais do aumento de temperatura. Os estudos mostram que essa elevação será desigual para as várias regiões do globo. As áreas de altas latitudes (como o Ártico e a Antártica) sofrerão aquecimento mais pronunciado. Por outro lado, as regiões continentais sofrerão aquecimento maior do que as oceânicas.

Em particular, a região ártica poderá se aquecer em torno de 7 graus centígrados ao longo deste século. A América do Sul está sujeita a um aumento de temperatura da ordem de 5 graus centígrados – o que para o ecossistema amazônico poderá significar uma quebra da estabilidade climática. Regiões importantes da África poderão sofrer alterações expressivas, com elevações de temperaturas de 4 a 5 graus centígrados ao longo deste século.


Figura 2*


* Simulação do aumento médio regional de temperatura previsto pelos modelos compilados pelo IPCC para três cenários de emissões diferentes (B1, A1B e A2) e para as escalas temporais de 2020-2029 e 2090-2099.


Devemos ressaltar que, se deixarmos as concentrações de CO2 se estabilizarem somente nos níveis de 800 a 1000 partes por milhão (ppm), a temperatura de equilíbrio pode subir até 6-8 graus centígrados em média. Esses aumentos de temperatura tendem a alterar significativamente o ciclo hidrológico em largas regiões de nosso planeta. Podem causar quedas importantes na taxa de precipitação, afetando áreas como a parte sul da Europa, o sul da África e a parte central da América do Sul na estação seca. Partes da Oceania também deverão ter precipitação reduzida de acordo com os resultados desses modelos. Outras regiões, tais como as regiões de altas latitudes (Sibéria, Canadá e Antártica), deverão sofrer um acentuado aumento da precipitação.

Mudanças climáticas e a região Amazônica

Uma das regiões brasileiras mais sensíveis à questão das mudanças climáticas é a Amazônia. Esse ecossistema tem se mostrado muito menos robusto do que acreditávamos alguns anos atrás e está sob intensa pressão de dois aspectos principais:

  1. O processo desordenado de ocupação com desmatamento acelerado.
  2. As alterações na temperatura e precipitação como resultado das mudanças climáticas.

O primeiro processo foi estudado detalhadamente no experimento do Programa de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera da Amazônia – Large Scale Biosphere-Atmosphere Experiment in Amazonia (LBA). Pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais estudaram cenários futuros de desmatamento caso as taxas continuem seguindo o padrão atual e as políticas públicas de ocupação continuem as mesmas.



 Áreas desmatadas em vermelho.
Observa-se que a área desmatada com o cenário das políticas atuais poderia chegar a 2.698.735km² (figura 3), o que corresponde a cerca de 45% da Amazônia brasileira. Esse desmatamento tenderia a emitir para a atmosfera cerca de 33 milhões de toneladas de carbono (GtC), o que corresponde a mais de 5 anos de todo o combustível fóssil queimado no planeta.

Em outro cenário possível (figura 4), os pesquisadores apresentaram uma simulação das previsões das regiões que seriam desmatadas até 2050 se uma política efetiva de governança fosse implantada na região Amazônica. A emissão de carbono seria reduzida para 17GtC, e a área desmatada seria da ordem de 1.655.734km². Devemos ressaltar que, mesmo no cenário mais positivo, ainda se prevê um desmatamento expressivo da região.

Os impactos das alterações no clima na Amazônia também são alvo de preocupação dos cientistas, como é o caso de experiência importante realizada pelo Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (CPTEC/INPE) por intermédio do trabalho de José Marengo e Carlos Nobre. Os pesquisadores realizaram uma análise conhecida como “downscalling”, que na prática é uma adaptação dos resultados dos modelos do IPCC para o contexto do Brasil.

Do ponto de vista de previsão de temperatura, observamos que no cenário B2 do IPCC (o mais otimista, à esquerda da figura 5), durante o período chuvoso na Amazônia, que vai de dezembro a fevereiro, a temperatura poderia aumentar da ordem de 3-4 graus centígrados em algumas regiões, mas o crescimento médio possivelmente seria da ordem de 2 graus. Para o cenário A2 (que implica pouca redução nas emissões e a continuidade de uso intensivo de combustíveis fósseis e está representado à direita da figura 5), o aumento de temperatura para algumas regiões poderia ser da ordem de 5 a 6 graus – particularmente na região leste da floresta amazônica.










* Simulações de aumento de temperatura no final do século na América do Sul, para o período de dezembro a fevereiro. A figura à esquerda contém os resultados para o cenário B2 do IPCC (mais otimista); a figura à direita, para o cenário A2 do IPCC (mais pessimista).

Esse aumento forte de temperatura tornaria o ecossistema amazônico mais suscetível a queimadas. Por tal razão, algumas regiões da parte leste poderiam sofrer uma perda considerável de área florestal. Com a menor disponibilidade de água, maiores temperaturas e maior evapotranspiração, poderia não ser possível sustentar ecologicamente uma floresta tropical chuvosa. De igual forma, o ecossistema amazônico possivelmente acabaria sofrendo em parte de seu território do leste um processo de “savanização”.

É importante salientar mais uma vez as grandes incertezas inerentes a essas simulações climáticas e seus possíveis efeitos. Os modelos climáticos ainda são bastante limitados e os novos conhecimentos continuamente agregados podem alterar os resultados destes cenários.

* Professor e chefe do Departamento de Física Aplicada do Instituto de Física da USP. Integra o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC)

Afinal o que é El Niño e La Niña


Niño é um fenômeno atmosférico-oceânico caracterizado por um aquecimento anormal das águas superficiais no oceano Pacífico Tropical, e que pode afetar o clima regional e global, mudando os padrões de vento a nível mundial, e afetando assim, os regimes de chuva em regiões tropicais e de latitudes médias
La Niña representa um fenômeno oceânico-atmosférico com características opostas ao EL Niño, e que caracteriza-se por um esfriamento anormal nas águas superficiais do Oceano Pacífico Tropical. Alguns dos impactos de La Niña tendem a ser opostos aos de El Niño, mas nem sempre uma região afetada pelo El Niño apresenta impactos significativos no tempo e clima devido à La Niña.
A previsão climática para o trimestre janeiro a março de 2010 (JFM/2010), elaborada pelo CPTEC/INPE em conjunto com o INMET e os Centros Estaduais de Meteorologia, indica, como categoria mais provável, chuvas abaixo da média histórica no norte das Regiões Norte e Nordeste do Brasil. Para o centro-sul das Regiões Sudeste e Centro-Oeste e na Região Sul do Brasil, há maior probabilidade de totais pluviométricos entre as categorias normal a acima da normal climatológica. Para as demais áreas do País, persiste a categoria mais provável de chuvas em torno da média histórica. Os valores de temperatura do ar estão previstos acima da normal climatológica nas Regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste, enquanto que, para a Região Sul, a maior probabilidade é de temperaturas em torno da normal climatológica.  


Fonte de Informação:
Livro - O El Niño e Você - o fenômeno climático
Autor - Gilvan Sampaio de Oliveira



Uma componente do sistema climático da terra é representada pela interação entre a superfície dos oceanos a baixa atmosfera adjacente a ele. Os processos de troca de energia e umidade entre eles determinam o comportamento do clima, e alterações destes processos podem afetar o clima regional e global. 
El Niño representa o aquecimento anormal das águas superficiais e sub-superficiais do Oceano Pacífico Equatorial. A palavra El Niño é derivada do espanhol, e refere-se a presença de águas quentes que todos os anos aparecem na costa norte de Peru na época de Natal. Os pescadores do Peru e Equador chamaram a esta presença de águas mais quentes de Corriente de El Niño em referência ao Niño Jesus ou Menino Jesus. Na atualidade, as anomalias do sistema climático que são mundialmente conhecidas como El Niño e La Niña representam uma alteração do sistema oceano-atmosfera no Oceano Pacífico tropical, e que tem conseqüências no tempo e no clima em todo o planeta. Nesta definição, considera-se não somente a presença das águas quentes da Corriente El Niño mas também as mudanças na atmosfera próxima à superfície do oceano, com o enfraquecimento dos ventos alísios (que sopram de leste para oeste) na região equatorial. Com esse aquecimento do oceano e com o enfraquecimento dos ventos, começam a ser observadas mudanças da circulação da atmosfera nos níveis baixos e altos, determinando mudanças nos padrões de transporte de umidade, e portanto variações na distribuição das chuvas em regiões tropicais e de latitudes médias e altas. Em algumas regiões do globo também são observados aumento ou queda de temperatura. A figura abaixo mostra a situação observada em dezembro de 1997, no pico do fenômeno El Niño 1997/98. 



Anomalia de temperatura da superfície do mar em dezembro de 1998 mostrada na figura acima. Os tons avermelhados indicam regiões com valores acima da média e os tons azulados as regiões com valores abaixo da média climatológica. Pode-se notar a região no Pacífico Central e Oriental com valores positivos, indicando a presença do El Niño. Dados cedidos gentilmente pelo Dr. John Janowiak - CPC/NCEP/NWS/NOAA-EUA.


Que é o El Niño-Oscilação Sul (ENOS) ?


Talvez a melhor maneira de se referir ao fenômeno El Ninõ seja pelo uso da terminologia mais técnica, que inclui as caraterísticas oceanicas-atmosféricas, associadas ao aquecimento anormal do oceano Pacifico tropical. O ENOS, ou El Niño Oscilação Sul representa de forma mais genérica um fenômeno de interação atmosfera-oceano, associado a alterações dos padrões normais da Temperatura da Superfície do Mar (TSM) e dos ventos alísios na região do Pacífico Equatorial, entre a Costa Peruana e no Pacifico oeste próximo à Austrália.


Além de índices baseados nos valores da temperatura da superfície do mar no Oceano Pacifico equatorial, o fenômeno ENOS pode ser também quantificado pelo Índice de Oscilação Sul (IOS). Este índice representa a diferença entre a pressão ao nível do mar entre o Pacifico Central (Taiti) e o Pacifico do Oeste (Darwin/Austrália). Esse índice está relacionado com as mudanças na circulação atmosférica nos níveis baixos da atmosfera, conseqüência do aquecimento/resfriamento das águas superficiais na região. Valores negativos e positivos da IOS são indicadores da ocorrência do El Niño e La Niña respectivamente. 


Algumas observações:


Evento de El Niño e La Niña tem uma tendência a se alternar cada 3-7 anos. Porém, de um evento ao seguinte o intervalo pode mudar de 1 a 10 anos;
As intensidades dos eventos variam bastante de caso a caso. O El Niño mais intenso desde a existência de "observações" de TSM ocorreu em 1982-83 e 1997-98.
Algumas vezes, os eventos El Niño e La Niña tendem a ser intercalado por condições normais. Como funciona a atmosfera durante uma situação normal e durante uma situação de El Niño?: El Niño resulta de uma interação entre a superfície do mar e a baixa atmosfera sobre o Oceano Pacifico tropical. O inicio e fim do El Niño e determinado pela dinâmica do sistema oceano-atmosfera, e uma explicação física do processo é complicada Para que o leitor possa entender um pouco sobre isso, propõe-se um "modelinho simples", extraído do livro El Niño e Você, de Gilvan Sampaio de Oliveira.




1) Imagine uma piscina (obviamente com água dentro), num dia ensolarado;
2) Coloque numa das bordas da piscina um grande ventilador, de modo que este seja da largura da piscina;
3) Ligue o ventilador;
4) O vento irá gerar turbulência na água da piscina;
5) Com o passar do tempo, você observará um represamento da água no lado da piscina oposto ao ventilador e até um desnível, ou seja, o nível da água próximo ao ventilador será menor que do lado oposto a ele, e isto ocorre pois o vento está "empurrando" as águas quentes superficiais para o outro lado, expondo águas mais frias das partes mais profundas da piscina.


É exatamente isso que ocorre no Oceano Pacífico sem a presença do El Niño, ou seja, é esse o padrão de circulação que é observado. O ventilador faz o papel dos ventos alísios e a piscina, é claro, do Oceano Pacífico Equatorial. Águas mais quentes são observadas no Oceano Pacífico Equatorial Oeste. Junto à costa oeste da América do Sul as águas do Pacífico são um pouco mais frias. Com isso, no Pacífico Oeste, devido às águas do Oceano serem mais quentes, há mais evaporação. Havendo evaporação, há a formação de nuvens numa grande área. Para que haja a formação de nuvens o ar teve que subir. O contrário, em regiões com o ar vindo dos altos níveis da troposfera (região da atmosfera entre a superfície e cerca de 15 km de altura) para os baixos níveis raramente há a formação de nuvens de chuva. Mas até onde e para onde vai este ar ? Um modo simplista de entender isso é imaginar que a atmosfera é compensatória, ou seja, se o ar sobe numa determinada região, deverá descer em outra. Se em baixos níveis da atmosfera (próximo à superfície) os ventos são de oeste para leste, em altos níveis ocorre o contrário, ou seja, os ventos são de leste para oeste. Com isso, o ar que sobe no Pacífico Equatorial Central e Oeste e desce no Pacífico Leste (junto à costa oeste da América do Sul), juntamente com os ventos alísios em baixos níveis da atmosfera (de leste para oeste) e os ventos de oeste para leste em altos níveis da atmosfera, forma o que os Meteorologistas chamam de célula de circulação de Walker, nome dado ao Sir Gilbert Walker. A abaixo mostra a célula de circulação de Walker, bem como o padrão de circulação em todo o Pacífico Equatorial em anos normais, ou seja, sem a presença do fenômeno El Niño. Outro ponto importante é que os ventos alísios, junto à costa da América do Sul, favorecem um mecanismo chamado pelos oceanógrafos de ressurgência, que seria o afloramento de águas mais profundas do oceano. Estas águas mais frias têm mais oxigênio dissolvido e vêm carregadas de nutrientes e micro-organismos vindos de maiores profundidades do mar, que vão servir de alimento para os peixes daquela região. Não é por acaso que a costa oeste da América do Sul é uma das regiões mais piscosas do mundo. O que surge também é uma cadeia alimentar, pois os pássaros que vivem naquela região se alimentam dos peixes, que por sua vez se alimentam dos microorganismos e nutrientes daquela região. 




Circulação observada no Oceano Pacífico Equatorial em anos sem a presença do El Niño ou La Niña, ou seja, anos normais. A célula de circulação com movimentos ascendentes no Pacífico Central/Ocidental e movimentos descendentes no oeste da América do Sul e com ventos de leste para oeste próximos à superfície (ventos alísios, setas brancas) e de oeste para leste em altos níveis da troposfera é a chamada célula de Walker. No Oceano Pacífico, pode-se ver a região com águas mais quentes representadas pelas cores avermelhadas e mais frias pelas cores azuladas. Pode-se ver também a inclinação da termoclima, mais rasa junto à costa oeste da América do Sul e mais profunda no Pacífico Ocidental. Figura gentilmente cedida pelo Dr. Michael McPhaden do Pacific Marine Environmental Laboratory (PMEL)/NOAA, Seattle, Washington, EUA.


Deve ser notado, na figura acima, que existe uma região chamada de termoclina onde há uma rápida mudança na temperatura do oceano. Esta região separa as águas mais quentes (acima desta região) das águas mais frias (abaixo desta região). Os ventos alísios "empurrando" as águas mais quentes para oeste, faz com que a termoclina fique mais rasa do lado leste, expondo as águas mais frias.
Vamos agora voltar ao nosso "modelinho". Vamos imaginar o seguinte:
Desligue o ventilador, ou coloque-o em potência mínima. O que irá acontecer?
Agora, o arrasto que o vento estava provocando na água da piscina irá desaparecer ou diminuir. As águas do lado oposto ao ventilador irão então refluir para que o mesmo nível seja observado em toda a piscina. O Sol continuará aquecendo a piscina e as águas deverão, teoricamente, estar aquecidas igualmente em todos os pontos da piscina. Certo?
Então vamos correlacionar novamente com o Oceano Pacífico. O ventilador desligado ou em potência mínima, significa neste caso o enfraquecimento dos ventos alísios. Veja que os ventos não param de soprar. Em algumas regiões do Pacífico ocorre até a inversão dos ventos, ficando estes de oeste para leste. Agora, todo o Oceano Pacífico Equatorial começa a aquecer. E como dito anteriormente: aquecimento gera evaporação com movimento ascendente que por sua vez gera a formação de nuvens. A diferença agora é que ao invés de observarmos a formação de nuvens com intensas chuvas no Pacífico Equatorial Ocidental, vamos observar a formação de nuvens principalmente no Pacífico Equatorial Central e Oriental 




Padrão de circulação observada em anos de El Niño na região equatorial do Oceano Pacífico. Nota-se que os ventos em superfície, em alguns casos, chegam até a mudar de sentido, ou seja, ficam de oeste para leste. Há um deslocamento da região com maior formação de nuvens e a célula de Walker fica bipartida. No Oceano Pacífico Equatorial podem ser observadas águas quentes em praticamente toda a sua extensão. A termoclina fica mais aprofundada junto à costa oeste da América do Sul principalmente devido ao enfraquecimento dos ventos alísios. Figura gentilmente cedida pelo Dr. Michael McPhaden do Pacific Marine Environmental Laboratory (PMEL)/NOAA, Seattle, Washington, EUA.
 

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